domingo, 16 de junho de 2013

Quatro. - Conhecendo Curitiba

         Curitiba é uma cidade normal. Quer dizer, para os padrões de cidade grande. É fria e cinza na maior parte do tempo e as pessoas parecem não se gostarem. Você vê carro por toda parte e pessoas apressadas achando que estão fora do seu tempo. Todos estamos atrasados de alguma maneira. Dia desses, andando até o shopping Estação, vi policiais abordando um grupo de usuários de crack, usando a violência mais bruta que o ser humano conhece. Descendo a cacetada nos pobres viciados, uma cena lamentável. Pessoas que eram para servir e dar segurança às outras mostrando como não se comportar. Bando de filhos da puta. O pior é sentir vontade de falar alguma coisa pra essa corja mas e o medo de acabar apanhando também? Não deveriam fazer de você um oprimido medroso. Porcos!
         Quando eu era criança, certo dia, saí de casa a caminho da escola colocando na cabeça que daria bom dia para todas as pessoas que visse no trajeto entre minha casa e a escola. Encontrei cinco pessoas. Seu Jacinto, o velho que morava ao lado da minha casa, uma menina chamada Natasha com sua mãe que moravam ao atravessar a rua, "Seu Mirto" com seu cachorro dando um passeio e, na esquina da escola, Manuela, que era a menininha que fazia meu coração balançar enquanto a professora nos explicava como funcionavam as frações. Ninguém - nem mesmo Manuela - retornou meu bom dia. Aprendi desde cedo que não se pode confiar em gente da cidade. Aprendi desde cedo que as coisas não seriam fáceis...

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